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segunda-feira, 31 de março de 2008

Parnasianismo

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama vivia se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
(Olavo Bilac, Apud. Antonio Candido, 1976 b, p. 208-210)

É possível perceber que a poesia acima contém características do Parnasianismo, como a preocupação formal e a arquitetura do poema. Mas o que foi o Parnasianismo? O Parnasianismo foi um movimento literário ocorrido na segunda metade do século XIX e representa um retorno e uma revalorização da cultura clássica (greco-latina). O único ponto em comum entre o Realismo e o Parnasianismo, além de se situarem na mesma época, é a crítica à estética romântica. Vejamos algumas informações importantes sobre esse movimento.

Origem do termo: O termo Parnasianismo é originário de uma antologia de poetas franceses chamada "Le Parnasse Contemporain". Tal antologia tirou seu nome de "Parnassus" ou "Parnaso", monte da região grega da Fócida, onde, segundo a mitologia, moravam os poetas.
Principais características: Objetivismo; Predomínio da razão; Impassibilidade e frieza; Rigor Formal; Mitologia e Pganismo; Afastamento da realidade nacional; A filosofia da "arte pela arte"- versos frios, trabalhados e técnicos.
Principais autores: Olavo Bilac; Vicente de Carvalho; Alberto de Oliveira; Raimundo Correia.
Obs: O Parnasianismo não foi seguido à risca no Brasil. Na verdade, nossos parnasianos foram também sentimentais, embora não tanto como os românticos. Se tivemos um parnasiano autêntico, frio, impassível, objetivo, este foi a poeta Francisca Júlia, que não alcançou sucesso justamente por se afastar da tradição de lirismo da literatura brasileira.

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